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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Caminhos Dolosos - Daisi Oliveira de Souza


Caminhos  Dolosos

Se me tens  como espelho, pobre de ti,
Não vês que  tenho os lados tortos?
Na alma carrego o desencanto que não sorri,
Na face, carrego o peso dos falsos ósculos,

Se um dia calçares  meus  gastos  mocassins
Irás  saber  que a estrada  foi tortuosa e longa,
Não queiras, nem desejes o quê  pertence a mim
Podes não  querer  carregar as minhas sombras,

Aguardo  meu dia  com cautela  e  paciência
Pois  sei, que  ao soar  a  grande  trombeta,
Deverei  estar  livre de certa  inconsciência.

Escaldar  minhas lágrimas  em brancas nuvens
Alçar  vôo para  dimensões  ora desconhecidas
E  finalmente,entregar-me a eterna e bela  vida .


***

Daisi Oliveira de Souza
Julho 2014
Lei 9610/98

sábado, 5 de julho de 2014

Embaraçada - Daisi Oliveira de Souza


EMBARAÇADA

Não me sinto bem...
Sinto-me  cada vez mais
Distanciada  de tudo,
Cultuando meu próprio mundo,

Dizem ser  sintomas normais
Daqueles que não se vêem iguais,
  pela dúvida arrebatados
Buscam a Verdade  com fervor.

Quem sou  eu?
Pelas ruas me sorriem
Como se conhecida fosse
Sem nenhum  temor,
Como pode? 
Se vivo em busca de mim mesma
Sem ter  alguma certeza?

“Prazer em conhecê-la!”
Serei  a única  a desconhecer-me?

Não me sinto  bem...

Minhas  buscas vão muito além,
Meu Eu  é por demais  profundo
Não consigo   alcançá-lo por completo
E nem ficar a vontade  neste  mundo,

Reconheço partes  soltas e uno-as minhas
Tecendo a teia que envolve  o Ser,
Ainda  não sei  se tem algum parecer
Com   aquele me  criou
E  com o quê me tornei.

Não me sinto bem...

*** 

Daisi Oliveira de Souza
Julho 2014
9610/98

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Pés no Chão - Daisi Oliveira de Souza



Pés no Chão

Algo inesperado aconteceu, sinto a calma do  vazio
Meu coração emudeceu, a dor de antes, não  mais maltrata,
Fui salva  “por um fio”...
Linha tênue, que separa  a loucura da razão,

Ouvi sem querer o barulho  dos meus passos,
Na calçada, demonstravam  um certo cansaço
Na vidraça o  reflexo quase morto – pedi perdão,
Não mais seria a alma angustiada que  por ali passava,

Desistiria  da tristeza que ali vivia - dei-me um abraço,
Troquei os calçados - pois  em saltos altos me equilibrava,
Calcei   algo mais confortável para  firmar os  pés ao chão,
Olhando mais para  o horizonte, pude  encontrar amigos

Não ouço mais o barulho que me lembrava  um relógio antigo
Contando cada segundo de  uma vida que  ali passava ...
Caminho  com passos firmes, posso até de alegria saltitar
E outra vida  em meu  coração posso  ouvir pulsar

***

Daisi Oliveira de Souza
Julho 1014
9610/98