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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Maturidade - Daisi Oliveira de Souza



Maturidade

Com  o passar do tempo,
O que  desejamos  é um olhar
Que não se perca de nós,

Que  a  simples  companhia,
Seja  tão  somente a  guarida
Envolta  em boas recordações,
Sentir  segurança  nas emoções,

Não  precisar  pedir   perdões,
Sorrir -  surpresa  com delicadeza,
Ao perceber  certa  destreza...

Com o passar do tempo...
Desejamos  mais o  Ser...
Descartamos fingimentos.

Daisi Oliveira de Souza
Dez/2013 – 9610/98

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Berço de Fantasias - Daisi Oliveira de Souza



Berço de Fantasias

Quando no deitar do sol, a tarde cala,
Chega a noite, deslumbrante 
Vestida de negro em seu véu de estrelas
De mãos dadas com a lua – seminua,

Aumenta a atmosfera de mistério,
Os sentidos afloram (despertos) 
Querem sonhar...

O sonho tem seu berço, 
Nem os deuses podem refrear.

Mesmo que a realidade seja limitada
A fantasia permite todas as loucuras
Serem sonhadas;

Neste estado de felicidade,
A explosão da alegria...
Faz renascer um novo dia
Refletindo o calor do sol
Em todo o frescor da lua.


Daisi Oliveira de Souza
9610/98

O Que Somos - Daisi Oliveira de Souza




O Que Somos


A grande missão do ser humano
É compreender-se  parte  do Todo
É reconhecer-se   mais  humano,
É entender o dia a dia – Cósmico;

Absorver  a generosa  energia Vital
Deixar de fazer  e refazer  tudo igual,

Perceber as nuances  das mudanças
Nos sagrados instantes da existência
Em lições de humildade e perseverança,

Tomar como exemplo a mãe natureza,
Reconhecer  o que  temos ao nosso redor;
Somos a relíquia da vida  que nos anima

É  preciso Identificar  o Universo em nós
Mesmo que este  nos  pareça menor,
É o presente que recebemos...
E ainda julgamos, não tê-lo  ganho.

Daisi Oliveira de Souza

9610/98 – Dez.2013

sábado, 14 de dezembro de 2013

Encontro de Amigos - Daisi Oliveira de Souza





Este verso foi feito carinhosamente a partir de um bate papo aqui em uma postagem entre a Vera Lúcia Marino, Claudio Caldas Faria e eu.  Sonho sonhado junto, é sonho realizado!
Fica aí de lembrança pra você Vera. Bjs.
Daisi




terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Foi você ... - Daisi Oliveira de Souza




Sumiste  como  a lua ao amanhecer,
Deixando apenas  algumas pegadas,
Por  tantos outros passos apagadas,
Apressados  em busca da  felicidade
Insensíveis  a infelicidade (dos outros),

Lembro-me  do nosso caminho diário...
Familiar e amoroso hoje me trazem desgostos,
De tão acostumados - tornou-se automático,
Esquecemos  de   renovar  os adereços ...
Os planos -  mudaram nossos  endereços,
E  naquela esquina  ainda desconhecida,
Foi você, que sem perceber, se perdeu de mim...

Fiquei  só , naquela   sombria  encruzilhada,
Onde  não  pude enxergar  mais nada,
Nem um sinal daquilo que um dia foi meu  jardim,
Tão carinhosamente cultivado  por mim ,

– Restou o esquecimento  –

Enterrada  viva  em túmulo de concreto,
Sem ar, sem luz, sem o perfume do jasmim
E tudo o que vivenciamos ficou encoberto.

Foi  você...  Que  se perdeu de mim...


Daisi Oliveira de Souza


In Sob o Meu Olhar

sábado, 7 de dezembro de 2013

Gato do Mato - Daisi Oliveira de Souza




Ter natureza selvagem,
Ser bela, forte e fera,
Não sacudir como peixe no anzol,
E ter o abrigo  de um caracol,
Seria  muita camaradagem
Do  grande criador ,
Mesmo pedindo-lhe por favor!
Desenhou-me  na lama,
E fez de mim a imagem  humana,
Não deveria estar concentrado,
Pois a alma é tal qual a de um gato do mato,
Ainda que do corpo prisioneira,
Com  as estrelas por outros mundos  vagueia ,
 Em total  e ilimitada  liberdade.


Daisi Oliveira De Souza
In Sob o Meu Olhar
9610/98

Vou viajar - Daisi Oliveira e Souza





Estranho sentimento me acomete
Enquanto a tarde desliza  em azul celeste
Um triste vento sopra  já fraco
Enquanto calço  os meus sapatos,

Vou viajar, o destino ainda é indefinido,
Quero ouvir  a areia e o céu palpitarem em meus ouvidos
Levarem-me (docemente) ao total desconhecido,

Quero sentir na pele as sílabas de cada palavra dita,
Cheirar a fragrância de todo sentimento por ora escondido,
Sentir na boca  a doçura  de raros momentos  vividos,

Desejo ter na íris o brilho das asas da libélula,
Fazer a viagem , e não perder a oportunidade
De descansar minhas mãos  sobre as suas  sem ansiedade.

Daisi Oliveira de Souza
In Sob O Meu Olhar

9610/98

Adeus - Eugénio de Andrade







Já gastamos as palavras pela rua, meu amor, 
e o que nos ficou não chega 
para afastar o frio de quatro paredes. 
Gastamos tudo menos o silêncio. 
Gastamos os olhos com o sal das lágrimas, 
gastamos as mão à força de as apertarmos, 
gastamos o relógio e as pedras das esquinas 
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras 
e não encontro nada. 
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro! 
Era como se todas as coisas fossem minhas: 
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes! 
e eu acreditava. 
Acreditava, 
porque ao teu lado 
todas as coisas eram possíveis. 
Mas isso era no tempo dos segredos, 
no tempo em que o teu corpo era um aquário, 
no tempo em que os meus olhos 
eram peixes verdes. 
Hoje são apenas os meus olhos. 
É pouco, mas é verdade, 
uns olhos como todos os outros.

Já gastamos as palavras. 
Quando agora digo: meu amor..., 
já se não passa absolutamente nada. 
E no entanto, antes das palavras gastas, 
tenho a certeza 
de que todas as coisas estremeciam 
só de murmurar o teu nome 
no silêncio do meu coração. 

Não temos já nada para dar. 
Dentro de ti 
não há nada que me peça água. 
O passado é inútil como um trapo. 
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus

Eugénio de Andrade 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Coincidência ou não... Daisi Oliveira de Souza







Coincidência ou não...

Fui questionada se em tudo vejo poesia,
Respondi que não... Uma vez ou outra.
No frescor dos pés descalços ao caminhar
Pela vegetação ainda úmida,
banhada pela  noite de luar,
Ao observar o pequeno botão de flor
Que em um ramo  franzino  desabrochou,
No estalar da madeira que arde na lareira
Como se estivesse a chorar,
Em olhos tristes e marejados implorando amor,
Naquele  olhar compreensivo do velho conformado  
Que diz silenciosamente –
Já passei por isto,lamento a  sua dor...
No cão que mesmo sem  me conhecer sorri,
Agitando seu rabo e segue me acompanhando
Sem saber qual caminho estou trilhando;
No amigo que chega a minha casa de surpresa
Trazendo  aquilo que no momento o coração almeja,
Não sei se são as tais coincidências da vida,
Ou existe um poeta maior em algum lugar desconhecido,
Que escreve minha vida como se fosse seu livro preferido.

Daisi Oliveira de Souza
In “ Sob o Meu Olhar”
Lei 9610/98

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

FASES





Fases

Sangro como um bicho feroz,
Grito, para que ouçam minha  voz,
Vivo mil vidas em uma só,
Sofro  pela falta de eco-  na garganta o nó,
Luto contra meus instintos
Sou  uma guerreira  quando os sinto...
Amarguras – quem não as viveu?
Na infância  ninguém me esclareceu,
Que os sonhos são apenas  sonhos
E que os ideais são tão somente  meus....
Sou mulher , fêmea, feminina,
Igual a lamparina, necessito do óleo da paixão
Para  manter acesa a própria chama,
E  viver  todas as fases -  abastecida de emoção.

Daisi Oliveira de Souza

In “ Sob Meu Olhar”